Agentes invisíveis
Eles chegam sem se ver
E sutilmente se instalam
Buscando partes do ser.
Entrando por via aérea,
Instalam-se sem permissão,
Encontram as chaves das células
E as levam à exaustão (extinguem a respiração).
Invisíveis seres (ou não seres?) são
A cumprir cega missão:
A missão de derrubar a fortaleza celular.
Seu sucesso é bem possível,
Mas se meu corpo tombar
Ainda assim terei vida,
E por isto não os temo, pois não podem me matar.
Eu-corpo sou perecível, Eu-alma sou invisível.
Então trocam-se os papéis: o invisível sou eu!
E realmente intocável.
Por mais que eles trabalhem
Para tirar minha vida
Jamais em mim tocarão.

José Domingos de Souza, São Luiz (MA)