
A palavra viva no Museu
Chega a ser engraçado: a palavra vive no museu!
Sempre que falam em museu me vem logo
a ideia de coisas mortas, paradas no tempo,
peças ilustrativas da História,
documentos comprobatórios das idades dos homens
e das coisas.
Mas quando se trata do Museu da Palavra tudo muda
porque a palavra é rainha da linguagem, instrumento cortante, penetrante,
que recorta o espaço e perfura o tempo – tanto faz a História quanto
analisa a História, tanto relata o passado quanto
ausculta o presente.
E ainda projeta os pensamentos para o futuro – para as novas gerações.
Por isso sei que a palavra pode perdurar no tempo como veículo de fortes emoções.
Emoções que jorram, e que quando saem em palavras é como uma enxurrada, ou uma
forte cachoeira: sai lavando tudo e deixando
as pessoas mais leves, bem mais leves, tranquilas, felizes.
José Domingos de Souza, São Luís, (MA)