Canos e Crises

Ainda recordo da vida de outrora.
Os ares que inalo, agora efêmeros;
Os pães que reparto, de repente, menos.
A esperança recosto nessa aurora.

Como n’outro recorte, o mundo evapora.
Caem torres e catedrais e vivemos.
Campos minados, reis, aos quais pertencemos.
Cruz e crucifixo, máscara que coça.

Estamos sufocando, eu não respiro.
E repare nessa piada jocosa:
É o povo da guerra que morre disso.

Importa IDH ou troféu da Copa?
Incrível: Vírus não pergunta isso!
Indico, pois, “aos vencedores, Corona!”

Maria Eduarda Amadeu, São José do Rio Preto (SP)