
Aquele dia. Ensolarado cheio de cor e alegria, mal imaginava que seria a última vez que eu te veria respirar. Com você eu me sentia alguém, sentia cheiro das flores, sentia estar vivo. Parece ser egoísmo, mas não me conformo com a sua partida. Eles dizem que a vida é como um trem bala, e alguém deve ficar em alguma estação, então por que não permitiu que eu descesse com você na mesma estação? Não me sinto capaz de seguir viagem sozinho, esse vagão parece vazio sem você. Me sinto vazio sem você. Tudo perdeu a cor, só vejo cinza, se bem que cinza é uma cor. Mas uma cor triste, turva…sufocante. Não há um só dia em que eu não tenho sua doce lembrança. Sinto falta do seu cheiro. Da sua voz. Me sinto tão desprezível por nunca ter me esquentado no seu abraço, deitado no seu colo, chorado no seu ombro. Chorar alivia, mas não te traz de volta. Penso num futuro utópico que você me contaria histórias, me daria lição de vida, me chamaria para ver aquele tecido que você comprou. Ainda tenho aquele vestido cor-de-rosa que você fez pra mim, sempre o abraço quando a saudade transborda pelos olhos em forma de meras lágrimas. Se bem que apesar de ser tão difícil ter que lidar que materialmente você não está aqui, tenho a expectativa de que te verei mais uma vez.
Arilanda Vanessa, Missão Velha (CE)