
Assim ela me chamava, amiga chicretina, e ria, alto e espontânea. Nos últimos anos, vivíamos grudadas, como chicletes. Ah! se eu imaginasse o que estava por vir, grudava nela para sempre. Não deixaria que o medo que Pink sentia por este vírus a matasse. Morreu de medo, medo de ser contaminada pelo Covid 19. Ah Pink querida, sinto tanto sua falta. Suas gargalhadas ecoam na minha mente e aquecem meu coração. Partiu em abril e já estamos em Outubro. Que sortuda, não aguentaria ver tanto sofrimento e viver TANTA solidão. Como não participei do funeral, custei a acreditar. Na mente batia como um sino: não é verdade, não é verdade, mas é verdade.
Pink sempre dizia para mim ao ouvir meus planos sobre novas viagens: Voa passarinha, volta e me conte tudo que viu. Hoje a passarinha é ela, voou sem planos e eu fiquei.
Firmei um compromisso comigo. Visitar lugares em que frequentávamos juntas na nossa amada Sampa, mas isso será possível, somente pós pandemia. Esperemos…
Gina Amato, São Paulo (SP)