Cartas

Acordei essa manhã e a casa estava laranja
O Sol me visitará e me deixou em dúvida
Ao olhar a rua vi o Carteiro.
O carteiro também recebe cartas ou só as entrega ?
Não digo as cartas feito contas que vivemos para paga-las
Digo, as cartas de amor.
Mesmo que para mim não seja importante sei que para o mundo é.
Pobre carteiro, entrega e leva o Amor pega na mão, sente seu peso e entende o quão profundo é
Mas não o têm
Talvez ele seja como eu, que não sente o Amor
Mas pode ser como você, que o respira
O carteiro também recebe cartas de amor ou só as
entrega ?
Ele pode ser como eu, não escrevo nenhuma, e não faço por onde de recebe-las
As que tinha rasguei uma a uma na mão
Pobre daquele que as escreveu,
Fez de mim uma poeta sem amor.
Eu nunca mais escreverei para alguém
Aqueles que receberam tiraram de mim o poder de sentir
Pena daquele que um dia virá,
Está tudo incompleto e bagunçado
Sorte terei se esse for organizado.
O carteiro assim como eu não recebe cartas de amor.
Nós só entregamos e levamos o Amor
Pegamos na mão, sentimos o peso e entendemos o quão profundo é
Mas não o temos
Eu por recusar e ele por trabalho
Estamos destinados à somente observar e não sentir.
O carteiro também recebe cartas ou só as entrega ?
Não digo as cartas feito contas que vivemos para pagá-las
Digo, as cartas de amor.

Monique Oliveira, São Paulo (SP)