
CEGA REVOLUÇÃO
O Flash da máquina disparou em meus olhos
Pensei ter ficado cego
Mas acho que sempre fui.
Sai do estúdio, comprei um café.
Deixei uma gorjeta gorda para a garçonete,
Ela sorriu.
Andei até em casa, ao som das buzinas
E a luz do farol transformando-se
Em discoteca aos meus olhos
Cegando-se me descegaram.
Olhei para os guris vendendo bala,
Comprei a caixa Eles sorriram.
Segui andando, cantando, dançando
Ao som da discoteca lunar urbana
Meu sobrinho me esperava em casa,
Dei-lhe um abraço, “saudades” respondeu.
Entreguei a caixa de balas do farol,
Ele sorriu.
Como em um toque de mágica
Em um realismo tão cruel da vida,
Em meio ao caos da cidade, ele sorriu.
“Era o que pedi a Deus de manhãzinha, uma caixa de balas”.
Percebi ao soar das palavras
Os encantos dos sinos de natal
Entendi!
Revoluções se fazem assim.
Sem qualquer autorização
Contanto que gere Sorrisos.
M.L Marinho, São Paulo (SP)