Nem sei como dizer

E como fazer

Só sei que sou o que sou

E olho aonde vou

Não vou ao desespero

Ao medo

Ao terror

Vou com ansiedade

À paz

Ao amor

E te encontro sem te procurar

E te vejo sem te enxergar

E te quero sem te desejar

Não suporto ameaças

Delas sinto pavor

Não te quero as amarras

Quero que me queiras

Não quero te possuir

Quero te acompanhar

Nos vemos atados

Massacrados pela desordem

Pela injustiça pelo peso

De toda esta vida

Injusta descabível

Desta sociedade

Que nos cobra tudo

E

Como ser si mesmo

Se não há si

Nem tampouco mesmo.

Maria de Lourdes Alba, São Paulo (SP)